quinta-feira, 23 de junho de 2011

Corpus Christi – a Festa do Corpo de Deus!!!


ORIGEM

Corpus Christi (expressão latina que significa Corpo de Cristo) é uma festa que celebra a presença real e substancial de Cristo na Eucaristia.
É realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes. É uma festa de ‘preceito’, isto é, para os católicos é de comparecimento obrigatório participar da Missa neste dia, na forma estabelecida pela Conferência Episcopal do país respectivo.


HISTÓRIA

A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao Século XIII. A Igreja Católica sentiu necessidade de realçar a presença real do “Cristo todo” no pão consagrado. A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.
O Papa Urbano IV foi o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico. Conta a história que um sacerdote chamado Pedro de Praga, de costumes irrepreensíveis, vivia angustiado por dúvidas sobre a presença de Cristo na Eucaristia. Decidiu então ir em peregrinação ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o Dom da fé. Ao passar por Bolsena (Itália), enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido da dúvida. Na hora da Consagração veio-lhe a resposta em forma de milagre: a Hóstia branca transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o corporal, os sangüíneos e as toalhas do altar sem no entanto manchar as mãos do sacerdote, pois, a parte da Hóstia que estava entre seus dedos, conservou as características de pão ázimo. Por solicitação do Papa Urbano IV, que na época governava a igreja, os objetos milagrosos foram para Orviedo em grande procissão, sendo recebidos solenemente por sua santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico. A 11 de agosto de 1264, o Papa lançou de Orviedo para o mundo católico através da bula Transiturus do Mundo o preceito de uma festa com extraordinária solenidade em honra do Corpo do Senhor.
A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264. O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma é encontrada desde 1350.
A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: ‘Este é o meu corpo…isto é o meu sangue… fazei isto em memória de mim’. Porque a Eucaristia foi celebrada pela 1ª vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. Corpus Christi é celebrado 60 dias ápos a páscoa

Procissão 

A procissão pelas vias públicas, quando é feita, atende a uma recomendação do Código de Direito Canônico (cân. 944) que determina ao Bispo diocesano que a providencie, onde for possível, “para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo.” É recomendado que nestas datas, a não ser por causa grave e urgente, não se ausente da diocese o Bispo (cân. 395).

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Amar a minha pequenez e a minha pobreza

Deus faz quando assumimos que somos pequenos e pobres
Deus faz as grandes coisas por meio dos pequenos. É para o pequeno e o humilde que Ele manifesta a Sua glória. Para os orgulhosos é difícil acolher a própria pequenez e assumir que são pequenos. Por isso, assuma-se e ame-se.
Somos apenas uma “poeirinha”, mas Deus volve o olhar d’Ele para nós.
O que agrada a Deus, o que dá liberdade para Ele agir, é, primeiro: quando admitimos que somos pequenos, pobres e humildes; segundo: quando aceitamos e assumimos que somos pequenos. Maria nunca quis ser grande, por isso o Senhor olhou para Ela.
Meus irmãos, quem era João XXIII? Ele só queria ser um pároco da Igreja, viver uma vida de simplicidade, pois sabia que era pequeno. Mas Deus pôs Seus olhos nele e ele foi eleito Papa e, como a Santíssima Virgem Maria, deu o seu “sim”. E quantas maravilhas Deus fez por intermédio dele, que foi chamado de "O Papa bom", porque sabia que era pequeno e também sabia que tudo era por inspiração de Deus.
Deus pode fazer coisas grandiosas nas pessoas que assumem seu nada.
Lembro que no início de meu sacerdócio, no começo de janeiro, Dom Antônio Afonso de Miranda me chamou e disse "Esse documento [Evangelii Nuntiandi] é muito sério, precisamos colocá-lo em ação; comece como os jovens".
Eu vi inspiração nas palavras de Dom Antônio, mas ele não parou por aí. E foi me falando que "os batizados não são evangelizados. Faça alguma coisa!"

Eu me senti pequeno diante de algo tão grande. Comecei com os jovens através dos encontros com os Catecumenatos. Mais tarde os desafiei a darem um ano de suas vidas a Deus.
Doze jovens começaram comigo a experiência de largar tudo para ser só de Deus e evangelizar. Mas, alguém que estava sentada em sua cadeira disse que era algo muito sério, pois não seria só um ano, mas daria sua vida toda ao Senhor. A única dos doze, que começaram comigo, que ficou até hoje foi a Luzia. É uma história de duas pessoas que tiveram a graça de, assim como Maria, assumir o seu nada.
Lembro que a Luzia, quando se confessou comigo, só chorava mais que se confessava. Naquele momento, ela assumiu sua pequenez. Por isso, digo aos meus filhos de comunidade: “O segredo é assumir sua pequenez.
Se nós tivéssemos amado ainda mais nosso nada, Deus teria feito ainda muito mais, mas mesmo assim o Senhor fez em nós maravilhas. É por isso que a Canção Nova existe”.
Deus faz quando assumimos que somos pequenos e pobres. Para o Senhor nada é impossível, o segredo está aí. É necessário aceitar e assumir a nossa pequenez e pobreza. Louvemos ao Senhor que faz o impossível naqueles que reconhecem a sua pequenez. 




Foto Padre Jonas Abib

sábado, 11 de junho de 2011

A amizade no namoro - Namoro mais que lance um compromisso

Que sinais percebemos no outro que favorecerão o relacionamento?

Considerando a possibilidade de viver a mudança da amizade para o namoro, este será o momento propício para investir ainda mais na amizade, no sentido de buscar respostas para as seguintes perguntas:
- O que me faz ver essa pessoa como um namorado?
- Que sinais eu percebo nessa pessoa os quais me ajudam a ver a possibilidade de crescimento numa vida a dois?
- Que hábitos ou vícios a pessoa traz com os quais não compartilho e que exigirão disposição para mudança?
Precisamos encontrar respostas para essas e outras perguntas que consideramos relevantes para a nossa felicidade. Pois nesse tempo de pesquisa, pode-se constatar que não desapareceram a admiração, o sentimento de cumplicidade, tampouco a compatibilidade de ideias.

Sem atropelos, e na maturidade exigida pela afetividade, devemos nos predispor a viver esse tempo de conhecimento recíproco sem antecipar experiências, impulsionadas por carências e desejos desenfreados, o que poderia, tão somente, esvaziar o puro relacionamento de amizade existente. 


O sentido do Pentecostes


Com ele tem início a ação evangelizadora para todas as nações
Para entendermos o verdadeiro sentido da Solenidade de Pentecostes, precisamos partir do texto bíblico que nos apresenta na narração: "Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído como de um vento forte, que encheu toda a casa em que se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia expressar-se. Residiam em Jerusalém judeus devotos, de todas as nações que há debaixo do céu. Quando ouviram o ruído, reuniu-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua" (At, 2, 1-6). Essa passagem bíblica apresenta o novo curso da obra de Deus, fundamentada na Ressurreição de Cristo, obra que envolve o homem, a história e o cosmos.

O Catecismo da Igreja Católica diz que: "No dia de Pentecostes (no termo das sete semanas pascais), a Páscoa de Cristo completou-se com a efusão do Espírito Santo, que se manifestou, se deu e se comunicou como Pessoa divina: da Sua plenitude, Cristo Senhor derrama em profusão o Espírito" (CIC, n. 731).

Nessa celebração somos convidados e enviados para professar ao mundo a presença d'Ele [Espírito Santo]. E invocarmos a efusão do Espírito para que renove a face da terra e aja com a mesma intensidade do acontecimento inicial dos Atos dos Apóstolos sobre a Igreja, sobre todos os povos e nações.

Por essa razão, precisamos entender o significado da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade: "O termo Espírito traduz o termo hebraico Ruah que, na sua primeira acepção, significa sopro, ar, vento. Jesus utiliza precisamente a imagem sensível do vento para sugerir a Nicodemos a novidade transcendente d'Aquele que é pessoalmente o Sopro de Deus, o Espírito Divino. Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos comuns às Três Pessoas Divinas. Mas, juntando os dois termos, a Escritura, a Liturgia e a linguagem teológica designam a Pessoa inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos espírito e santo" (CIC, n. 691).

A Solenidade de Pentecostes é um fato marcante para toda a Igreja, para os povos, pois nela tem início a ação evangelizadora para que todas as nações e línguas tenham acesso ao Evangelho e à salvação mediante o poder do Espírito Santo de Deus.

O Papa Bento XVI fala sobre esse processo de reunificação dos povos a partir de Pentecostes: "Tem início um processo de reunificação entre as partes da família humana, divididas e dispersas; as pessoas, muitas vezes, reduzidas a indivíduos em competição ou em conflito entre si, alcançadas pelo Espírito de Cristo, abrem-se à experiência da comunhão, que pode empenhá-las a ponto de fazer delas um novo organismo, um novo sujeito: a Igreja. Este é o efeito da obra de Deus: a unidade; por isso, a unidade é o sinal de reconhecimento, o 'cartão de visita' da Igreja no curso da sua história universal. Desde o início, do dia do Pentecostes, ela fala todas as línguas. A Igreja universal precede as Igrejas particulares, as quais devem se conformar sempre com ela, segundo um critério de unidade e universalidade. A Igreja nunca permanece prisioneira de confins políticos, raciais ou culturais; não se pode confundir com os Estados, nem sequer com as Federações de Estados, porque a sua unidade é de outro tipo e aspira a atravessar todas as fronteiras humanas" (Bento XVI, Homilia na Solenidade de Pentecostes, 23 de maio 2010).

Temos necessidade do Espírito Santo Paráclito no nosso tempo: Veni, Sancte Spiritus!


Padre Reinaldo
Comunidade Canção Nova

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Renovar o coração pelo Espírito Santo


A proposta desta quinta-feira , que nos prepara para o Pentecostes, é que já o [Pentecostes] experimentemos, pois ele acontece no coração.

Deus colocou no mundo as coisas simples para nos ensinar a profundidade das mais complicadas, para que os pobres de coração entendam as coisas grandes.

Observando uma flor percebi que a beleza da vida vem de dentro para fora, não é preciso buscar a juventude de fora para dentro. Quanto mais o tempo passa, tanto mais vemos que a renovação do homem é de fora para dentro, mas não o é. Cada vez mais as pessoas se tornam velhas e buscam a juventude de fora de si. Mas a proposta feita hoje não é de um produto que renova de fora para dentro. Com o desgaste do tempo vamos nos cansando e nos desgastando. A renovação de Deus é de dentro para fora. A fonte da juventude está num coração cheio do Espírito Santo.

Deus tem um "Produto" capaz de nos renovar de dentro para fora, que não foi elaborado na farmácia: É o Espírito Santo Paráclito, que pode renovar nosso coração duro. O que torna o homem velho não é a quantidade de rugas que ele tem, mas sim o ato de perder a capacidade de manter o Espírito  Santo de Deus dentro de si, de não ter um coração de carne, sobretudo, o que o envelhece é o ato de se acostumar com o pecado.

O grande desafio é encontrar um jovem que tenha a disposição dos velhos homens de Deus, cujo coração era cheio do Espírito Santo, por isso são novos.

"A fonte da juventude está num coração cheio do Espírito Santo", afirma o sacerdote

A proposta de Pentecostes não é a proposta de um barulho externo, mas interno, de transformação do nosso coração. Um coração de jovem reconhece o coração de outro jovem. O que nos envelhece não é a doença, mas quando perdemos a capacidade de deixar o coração sadio.

O lugar da reunião, onde o Espírito vai nos transformar, não é mais a sala em que aconteceu o Pentecostes, mas o nosso coração. O nosso problema hoje é um envelhecimento precoce da experiência com Deus. Pentecostes, para nós, é a proposta de renovar o coração.

Talvez o Pentecostes que precisa acontecer no seu coração hoje seja a de reconciliação consigo mesmo, com Deus e com as pessoas. Hoje o Senhor lhe faz a proposta de renovar-se como a flor, de dentro para fora, purificando o coração envelhecido, acostumado com o pecado.

Essa proposta de renovação é a mesma que os discípulos viveram reunidos com a Virgem Maria ali no Cenáculo. Eles estavam ali fechados, como pode estar fechado seu coração. Não há nada que envelheça mais uma pessoa do que a falta de perdão. Não existe nada que tire mais nossa vida do que um coração fechado em si mesmo, incapaz de perdoar. Os discípulos estavam assim, reunidos com medo e fechados em si, mas Jesus entrou e disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou também eu vos envio. Então, soprou sobre eles e falou: 'Recebei o Espírito Santo'” (Jo 20, 21-22).
Por meio de Pentecostes Deus recria o nosso coração e nos envia para a missão. Deixe-se conduzir por Aquilo [Espírito Santo de Deus] que se encontra dentro de você.