segunda-feira, 2 de maio de 2011

A morte de João Paulo II

Papa João Paulo 2º morre aos 84 anos no Vaticano

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O papa João Paulo 2º, o polonês que liderou a Igreja Católica Romana por 26 anos e teve um papel vital na queda do comunismo na Europa, morreu na noite deste sábado, informou o Vaticano. Ele tinha 84 anos.  
A notícia da morte foi anunciada para cerca de 60 mil pessoas que acompanhavam os últimos momentos do papa na praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano. Houve um longo aplauso - sinal italiano de respeito. Os sinos dobraram e muitas pessoas começaram a chorar abertamente pelo carismático líder dos 1,1 bilhão de católicos do mundo. Segundo o comunicado oficial, o papa morreu às 21h37 (16h37 de Brasília).
Na noite de quinta-feira (31), o papa teve febre alta e pressão baixa. O pontífice vinha se alimentando por uma sonda nasal e sofria de artrite e mal de Parkinson.
A saúde de João Paulo 2º piorou rapidamente a partir deste ano. O papa passou por duas cirurgias em dois meses. Na quarta-feira (30), o Vaticano anunciou que o papa estava se alimentando por meio de um tubo nasal para ajudá-lo a se recuperar de uma recente cirurgia na garganta. Horas antes desse anúncio, o papa, pela segunda vez em quatro dias, tentou mas não conseguiu falar em público, gerando mais boatos sobre a deterioração de seu estado de saúde.
A internação anterior ocorreu em 24 de fevereiro, quando o pontífice foi submetido a uma traqueostomia (abertura de orifício na traquéia para possibilitar a respiração). Ficou internado por 18 dias.
Em 23 de fevereiro, um dia antes de voltar ao hospital, o papa realizou sua audiência por meio de equipamentos de videoconferência, e falou aos peregrinos de seu estúdio particular, por causa do frio e da chuva que caiu em Roma.
No início daquele mesmo mês, o papa havia passado dez dias no hospital Gemelli por sofrer uma inflamação da laringe e da traquéia; ficou internado por dez dias.
O pontificado de João Paulo 2º durou 26 anos - o terceiro mais longo da história. Neste período, proclamou 482 santos, mais do que todos os predecessores nos últimos 500 anos.
João Paulo 2º marcou como poucos o século 20, com atuação importante na derrocada do comunismo no Leste Europeu em 1989, viagens por todo o mundo e um grande esforço para revolucionar as relações com outras religiões - ele foi o primeiro papa a entrar em uma sinagoga (em 1986) e em uma mesquita (2001).
Embora quase todos os mais de 1 bilhão de católicos o elogiem por defender os direitos humanos, o papa recebeu críticas pela oposição aos métodos contraceptivos, ao casamento gay e à ordenação de mulheres.

Sintomas visíveis
Em 2003, a artrite o impossibilitou quase totalmente de se levantar ou de caminhar sem sentir dor. Nem mesmo uma bengala o ajudaria. Técnicos do Vaticano desenharam um trono com rodas que poderia ser elevado para permitir ao papa celebrar missas sentado.
Essa foi uma mudança de grandes proporções para o ex-esquiador que costumava deixar muitos de seus assessores mais jovens esbaforidos.
O papado de João Paulo 2º é o mais público da história e o mundo acompanhou de perto seu envelhecimento. A presença de câmeras de TV em todos os eventos de que o líder religioso participa dá, frequentemente, um destaque ampliado aos problemas de saúde dele.
Nos últimos anos, sua mão esquerda passou a tremer de forma incontrolável. Seu rosto eslavo e corado foi substituído por uma face rígida decorrente do mal de Parkinson e dos remédios que toma para controlá-lo.

O papa deixou o mundo assustado em setembro de 2003, em uma viagem para a Eslováquia, quando pareceu particularmente frágil. Assessores tiveram de ajudá-lo a completar seus pronunciamentos.
No mês seguinte, no aniversário de 25 anos de seu papado, João Paulo 2º parecia extremamente fragilizado. Mas, depois desse período, o líder dos católicos parecia ter recobrado a saúde.

Atentado
Seu pontificado ficou marcado pelo atentado que sofreu na Praça de São Pedro em 13 de maio de 1981, quando o turco Ali Agca efetuou dois tiros contra o religioso.
Outro episódio importante foi a intervenção cirúrgica realizada no Policlínico Gemelli (Roma) em 12 de julho de 1992 para retirar um tumor benigno do cólon.
O estado de saúde de João Paulo 2º voltou a causar preocupações em setembro de 2003, durante uma viagem a Eslováquia na qual mostrou grande fraqueza, dificuldade de respirar e falar e a impossibilidade de andar.
Desde então, suas intervenções públicas ficaram quase reduzidas a breves apresentações, nas quais se destacam seus gestos de dor.

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